O dia 21 de setembro é o Dia Mundial do Alzheimer, data que busca conscientizar a população sobre essa doença. No início, o Alzheimer pode parecer uma doença silenciosa. Por isso, ficar atento aos sinais é de extrema importância, garantindo o tratamento adequado para a patologia.
Dado isso, como suspeitar se você ou algum familiar seu está com Alzheimer?
Antes de responder a essa pergunta, primeiro vamos explicar o que a doença é, de fato.
O que é o Alzheimer
Atualmente, por volta de 1 milhão de brasileiros convivem com demência, sendo que a maior parte é de Alzheimer. Porém, segundo um estudo publicado pela Revista Brasileira de Epidemiologia, esse número irá quadruplicar em 30 anos. O estudo foi feito pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pela Universidade de Queensland, da Austrália. Esses dados tornam importante que saibamos, além de formas de prevenção, o que é o Alzheimer em si.
O Alzheimer é um dos tipos de demência, sendo uma doença degenerativa, ou seja: causa a perda progressiva das funções cerebrais, como memória, linguagem, comportamento, capacidade de planejamento, entre outros. A doença apresenta um declínio do estado geral da pessoa se comparado ao seu estado normal.
É o tipo de demência mais comum, causado pela morte de neurônios localizados em algumas regiões específicas do cérebro. É por isso que o paciente com Alzheimer sofre um processo degenerativo, progressivo e irreversível.
A doença se divide em 3 fases, sendo elas:
Estágio inicial: de menor dependência que dura entre 2 e 3 anos e apresenta sintomas vagos e difusos. Nesta fase, o paciente pode apresentar alterações da linguagem, desorientação, concentração comprometida e outros.
Estágio intermediário: dura entre 3 e 5 anos, é igualmente progressivo e lento e oferece maior deterioração da memória, além de sintomas mais pronunciados. Alterações no cálculo, julgamento, planejamento e abstração são comuns nessa fase.
Estágio avançado: é a última fase, grave, e sua duração varia. As funções já se encontram gravemente comprometidas, a fala pode ser prejudicada e apresentar outros sintomas, como incontinência urinária e fecal, além de sinais neurológicos grosseiros, como convulsões.
Como suspeitar que eu estou ou um familiar está com Alzheimer?
A falha na memória é um indício da doença, mas não é o único, afinal, faltar a memória pode ser comum por outros motivos. É importante ficar atento a outros sinais, como mudanças de comportamento, perda de noção da localização espacial e até no tempo, além de agressividade.
Inicialmente, esses comportamentos são percebidos apenas pela pessoa, mas com o avanço da doença, familiares mais próximos começam a notá-los, mas, muitas vezes, não se dão conta do que está acontecendo.
O diagnóstico chegou: devo ou não contar para o familiar?
Normalmente, não é o próprio paciente que fica sabendo do diagnóstico, mas sim o seu familiar. Com isso, surge a dúvida se contar para a pessoa é realmente a melhor escolha.
Nos dias de hoje, o diagnóstico da doença já é mais preciso, já que não leva em conta apenas o exame de imagem. Com a suspeita, o médico pede uma bateria de exames clínicos, além de fazer um levantamento com a própria pessoa que, depois é complementado com quem convive com ela.
Isso porque é comum que a pessoa tente mascarar algumas situações, então ouvir quem possui convivência é essencial para ajudar no diagnóstico.
Falar ou não ao paciente dependerá diretamente de cada situação e é um assunto que deve ser debatido com o médico e entre familiares. Entretanto, atualmente estamos mais familiarizados com essa doença, suas formas de tratamento e a maneira de conviver com ela, podendo ser mantida, inclusive, uma boa qualidade de vida. Além disso, quanto mais conhecimento sobre o assunto, maior colaboração para seu combate.
Que tipos de ajuda a pessoa com Alzheimer vai precisar?
Ajuda médica: o acompanhamento regular com médico neurologista é indispensável para indicar o melhor tratamento. Além disso, o geriatra também pode ser importante durante o processo. Ambos trabalham de forma conjunta (inclusive com outros profissionais), já que estudaram as questões comportamentais que contribuem diretamente nesse quadro.
Ajuda medicamentosa: a pessoa diagnosticada com Alzheimer sempre precisará de medicamentos para ajudar a estabilizar a doença. Atualmente, existem duas classes de fármacos que ajudam no tratamento e a escolha de qual delas usar virá diretamente do médico especialista.
Ajuda familiar: quando falamos de ajuda da família, falamos de ajudas mais “passivas”, como observar a pessoa para que ela não corra perigo ou se exponha a riscos. Não devemos intervir sem a real necessidade ou fazer por ela algo que ela pode fazer por si mesma.
Além das ajudas citadas, é importante cuidar da parte cognitiva do paciente com Alzheimer, a fim de preservá-la ao máximo. Não podemos isolar a pessoa, inclusive isso pode levá-la a ter depressão ou causar distúrbios do sono, que podem ser cruciais para acelerar o processo de demência.
É importante que os profissionais façam exames adequados para identificar as funções comprometidas e, assim, trabalhar nelas adequadamente para preservá-las pelo maior período de tempo possível.
O Alzheimer é hereditário?
Uma pessoa que possui pais ou avós com Alzheimer tem uma preocupação bastante comum em desenvolver a doença ao envelhecer.
Acreditava-se que uma pessoa cujos pais tivessem Alzheimer tinha 30% de chance a mais de desenvolver a doença, o que se provou errado. Na realidade, a predisposição genética está mais relacionada com a demência familiar do que com o Alzheimer propriamente dito.
Portanto, não existe uma relação de hereditariedade com a doença.
Como se prevenir contra o Alzheimer e outras demências?
Não existe uma forma única e completamente efetiva de prevenção contra as demências e, em específico, contra o Alzheimer. O que se sabe é que essas questões estão relacionadas com uma boa circulação sanguínea e uma boa oxigenação do cérebro. Assim, uma ótima forma de prevenção é se prevenir contra as doenças de sistemas circulatórios.
Fazer atividades físicas de forma regular e com assiduidade também ajuda a prevenir, já que evitam o aparecimento de doenças do sistema circulatório, além de manter uma dieta saudável e se livrar dos vícios.
Manter a cabeça funcionando também é uma ótima forma de prevenção. Buscar ler, aprender, desenvolver novas habilidades e outras ações que exijam do cérebro contribui para reduzir o risco de demência.
Além de tudo o que já foi citado, buscar apoio também é essencial. Fazer parte de núcleos de apoio pode ser uma ótima pedida para as pessoas com Alzheimer, garantindo acolhimento e entendimento em um momento que pode ser desafiador para elas.
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